quinta-feira, 22 de dezembro de 2011



Escrevo para os que não sabem interpretar o que sinto, 
traduzo em palavras, tudo o que não se pode ler apenas sentindo,
para tornar possível que todos toquem minha alma
através de um simples papel apenas.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Presente que recebi do meu amigo Paulinho London -15/12/2011

FILHOS







Antes que elas cresçam (Affonso Romano de Sant'Anna)



Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos
próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores,
tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a
inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos
preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma
estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.Mas não crescem todos
os dias, de igual maneira; crescem, de repente.Um dia se assentam perto de você
no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais
trocar as fraldas daquela criatura.Onde e como andou crescendo aquela danadinha
que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a
pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços,
amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?Ela está crescendo num ritual de
obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da
discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos
pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos
sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.Entre
hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua
geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada
na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem
jeito, é o emblema da geração.Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo
casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as
mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são
as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das
colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas,
vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.Há um
período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.Longe já vai o
momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas
vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando
surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e
inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias
vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção
francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no
apartamento dela.Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para
ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância,
e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e
agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito
“drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres
e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.Elas cresceram
sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto. No princípio subiam a serra ou
iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas,
piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela
janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em
que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um
sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros
namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos
bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas,
de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.O jeito é esperar.
Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado,
não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os
avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a
última oportunidade de reeditar o nosso afeto.Por isso, é necessário fazer
alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A ERA DOS SUPERPODERES


Anônimo





Nas décadas de 70, 80 e 90, as crianças se ocupavam de um passatempo que dava asas à imaginação: os desenhos animados. Tais atrações cativavam os pequenos da época que sonhavam em possuir poderes como ficar invisíveis ou terem a influência de um mestre.


Os tempos mudaram e as tecnologias avançaram assustadoramente, como magia de animação mesmo. Parece que certos espectadores apenas trocaram os eletroeletrônicos, mas algumas fascinações que povoam a mente humana ainda são as mesmas: ser ouvido ou fazer o que se quer sem ser detectado.

O avanço econômico dos últimos anos permitiu o acesso fácil, quase que integral, de indivíduos de níveis sociais distintos e condutas de ética diversas, à inclusão digital. Muitos desses usuários parecem viver o deslumbre do poder da expressão livre ou da segurança do anonimato ao fazerem ofensas e praticarem outras modalidades de violência “virtual”.

Felizmente há exceções que nos permitem encontrar no mundo virtual movimentos voltados para o bem comum com excelentes atitudes sociais.


A internet não é um mundo paralelo ao real e sim o reflexo dele. É o espelho de quem a usa, o retrato do que somos e buscamos. Alguém que tem vida aparentemente saudável e usa meios virtuais para revelar um lado obscuro qualquer, somente põe em prática algo ruim que estava guardado e que agora se revela covardemente pela segurança de não ser identificado.


Devemos ensinar a nova geração, que já não tem como distração desenhos de TV, a focar seus desejos de “Poder” em fazer o bem, promover o crescimento próprio e o da humanidade por conseqüência. Mas é preciso agir rápido, antes que sejamos destruídos pela vilã da maldade que domina as mentes de alguns desequilibrados.

sábado, 16 de julho de 2011

Se encontrar é um caminho estreito, cheio de pedras - pior ainda se estivermos descalços - Quando se torna difícil essa busca interior, partimos para a metamorfose externa. Então trocamos a vestimenta , pintamos os cabelos e saímos à procura de um lugar onde nunca pisamos antes. Fazer uma viagem ao desconhecido pode ser bom, mas viajar dentro de si, ainda que temeroso, é a melhor estrada  que podemos trilhar.


sexta-feira, 29 de abril de 2011

CADA PAI TEM O FILHO QUE MERECE



Quem nunca cometeu alguma maldade quando criança, que atire a primeira pedra. Crianças podem sim apresentar sinais negativos em relação a outras do seu convívio, mas como corrigir esse tipo de conduta?


Eu costumava assistir a alguns episódios da série Supernany só para ver o comportamento dos pais, na verdade tinha uma vontade enorme de dar uma surra neles. Filhos são criaturas a serem moldadas com amor, carinho e repreensões também. Ouvir um “não” com autoridade e saber respeitar sem temer, é fundamental para o desenvolvimento da criança. Tarefa difícil sim para os pais que, ao encontrarem dificuldades, devem procurar uma ajuda profissional antes que seus rebentos comecem a ditar as regras dentro de casa e conseqüentemente fora dela. Por isso é comum vermos em ambientes escolares, o típico aluno “mal educado” que se vê no direito de desrespeitar professores, maltratar e perseguir colegas.


O tão falado e bullying teria que ser estudado pela sua raiz: a educação que é dada a quem o pratica. Já se fala em uma nova idéia de que precisamos tratar possíveis transtornos de personalidade das vítimas do bullying. Eu penso que fortalecer esse raciocínio, pode incentivar certos jovens cometerem atos ainda mais violentos sob a justificativa de ter sofrido humilhações. Essas mesmas vítimas não serão adultos traumatizados se possuírem em casa pais atenciosos e presentes nessas situações. Elas terão a capacidade de discernir com o tempo que o problema não está nelas.

Entre missões de educar e curar não educados, opiniões se dividem. Mas uma coisa é certa: nós temos que tratar mesmo é a parte da sociedade que ainda não aprendeu ou não tem vontade de educar corretamente sua prole, juntamente com os que incitam em seus próprios lares, atitudes preconceituosas, formando assim, verdadeiros monstrinhos.


Ana Paula Gervoni

segunda-feira, 11 de abril de 2011

OS DIAS...

Há os que se quer para sempre viver,
Há os que se tem vontade de morrer.
Os que serão lembrados constantemente
E os que tentamos apagar inutilmente.
Alguns, jamais cansaremos de contar,
Eternizados feito histórias de ninar.
Outros ficarão guardados em segredo
Esses são os que mais tenho medo.

(Ana Paula Gervoni)


terça-feira, 22 de março de 2011

SER POETA

Foi por não saber sofrer
 que aprendi a ser poeta.
Para não carregar  dores,
atirei  pesares ao papel.
Ao  minguar minha alma, 
expandi meu íntimo a tinta.
Quis narrar  tristezas e
 as palavras tramaram versos.
Mesmo ao me esvair em alegria,
partilhei sorrisos em letras.

Hoje vivo em um cativeiro
de delírios documentados
e por não querer voltar,
aprendi a ser poeta.



Ana Paula  Gervoni

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PAIS ECONOMICAMENTE ESTÁVEIS, FILHOS CARENTES...



Um estudo da FGV do Rio de Janeiro comprovou que a maioria dos usuários de drogas brasileiros é composta de jovens ricos e de classe média.


Isso ocorre porque existe uma prioridade que ocupa e preocupa a grande maioria da nossa população: a estabilidade financeira.

Para que a mesma se concretize, um cidadão aumenta sua jornada de trabalho no intuito de elevar seu potencial econômico. A maternidade já não impede a mulher de trabalhar ou estudar e essa importante figura, antes presente integralmente ao lar, também contribui com uma lacuna na formação emocional dos filhos.  Não há mal algum na busca à prosperidade desde que isso não destrua relações essenciais ao convívio humano.


A ausência de indivíduos importantes nos lares tem causado graves conseqüências na formação de nossos jovens. Isto ocorre com maior freqüência nas classes média e alta, onde os responsáveis pela educação da criança ou adolescente procuram preencher os vazios da convivência com bens materiais.

Precisamos nos despertar para o fato da importancia e a indispensável qualidade da presença materna e paterna aos nossos jovens. A falta desses, sendo ilusoriamente compensada com alternativas não afetivas, pode acarretar problemas diversos, fazendo que este filho busque suprir suas necessidades emocionais em ‘’prazeres’’ como a droga.

Pode-se diminuir as estatísticas de violência relacionadas as drogas quando se perceber que atenção, carinho e amor são alicerces fundamentais na construção de um adulto equilibrado.


"CUIDE BEM DO SEU AMOR, SEJA ELE QUEM FOR"

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

RESPOSTA AO TEMPO

Falando de música

Uma das canções mais lindas que ja ouvi. Só mesmo quem tem a poesia na alma é capaz de escrever algo tão lindo assim. Nessa composição de Aldir Blanc/Cristovão Bastos há um diálogo entre uma pessoa e o tempo. Uma letra interessantíssima regada por doces notas melancólicas, tormando-se um prato apetitoso aos românticos incorrigíveis, como eu.
Para os que apreciam, posto-a abaixo em vídeo e interpretação magnífica de Nana Caymmi. Feche as cortinas, deite no sofá  e aumente o som...delicie-se.